Uma pesquisa encomendada pela Rokky indica que 72% de mais de 300 desenvolvedores consultados veem a Steam como monopolista na distribuição de jogos para PC. O levantamento, divulgado em 7 de novembro de 2025, entrevistou executivos e gestores de estúdios dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Principais resultados do estudo
O relatório, elaborado pela Atomik Research, revela que 88% dos participantes obtêm mais de 75% de toda a receita na plataforma da Valve. Ainda assim, 32% afirmam manter parte dos lançamentos em mídia física ou em lojas menores, como Itch.io, GOG e Humble Bundle.
Entre os entrevistados, 53% demonstram preocupação com a dependência financeira e de visibilidade da Steam. A taxa padrão de 30% cobrada pela empresa sobre cada transação também aparece entre as queixas mais frequentes.
Planos para diversificar canais
Segundo o documento, 80% dos estúdios pretendem buscar marketplaces alternativos ou lojas regionais nos próximos cinco anos, na tentativa de reduzir a concentração de vendas em um único serviço. O cofundador e CEO da Rokky, Vadim Andreev, avaliou que o cenário de distribuição digital se tornou “mais variado e complexo do que nunca”.
Pontos positivos citados
Mesmo com críticas, os profissionais listam vantagens da Steam, como facilidade de uso, alcance global e a realização de promoções sazonais, fatores considerados essenciais para a descoberta de novos títulos.
Visão contrária de analistas
O analista Mat Piscatella, da Circana, questionou a interpretação dos dados. Em publicação no Bluesky, ele afirmou que “participação de mercado não define monopólio” e que a existência de concorrentes — entre eles Epic Games Store e GOG — demonstra competição ativa.
Imagem: Internet
Piscatella destacou que um monopólio se caracteriza pela ausência total de substitutos viáveis e pelo controle unilateral de preços, condições que, segundo ele, não se aplicam à Valve. O especialista também lembrou que o debate sobre as taxas da Steam já dura mais de uma década, período em que surgiram novas lojas digitais e o volume de lançamentos no PC aumentou.
O estudo reacende discussões na indústria sobre dependência da principal vitrine para jogos de computador e a necessidade de ampliar a concorrência no setor.
Com informações de TecMundo