O iPhone Air, anunciado pela Apple como o smartphone mais fino já produzido pela companhia, enfrenta procura abaixo do esperado poucas semanas após chegar às lojas. Relatos de devoluções, estoques disponíveis sem espera e projeções de corte na fabricação indicam que o modelo não repetiu o sucesso dos demais integrantes da família iPhone 17.
Demanda fraca nas primeiras semanas
Pesquisas de mercado mostram que apenas 1 em cada 10 consumidores de iPhone nos Estados Unidos escolheu o Air no período inicial de vendas. Enquanto os demais modelos da linha iPhone 17 registram prazos de entrega de até três semanas, o novo aparelho permanece disponível para envio imediato no site da Apple, sinal de demanda inferior à projetada.
Dados da Consumer Intelligence Research Partners (CIRP) revelam que 29% dos compradores de iPhone no último trimestre optaram por dispositivos da geração 17, mas o interesse ficou concentrado nos modelos Pro e Pro Max. O Air ficou atrás nas preferências.
Cortes de componentes para chegar à espessura recorde
Para atingir o design ultrafino – comparado pela própria Apple à espessura de uma roupa de mergulho –, o iPhone Air recebeu apenas um alto-falante superior, perdeu lentes teleobjetiva e ultra-angular na câmera traseira e utiliza bateria menor que a do iPhone 17 básico, vendido por US$ 200 a menos.
Ex-executivo relata frustração
Robert Purdy, ex-gerente sênior de produtos da Apple, testou o aparelho por um mês e decidiu devolvê-lo. Segundo ele, falhas em chamadas no viva-voz, problemas ao ouvir música e qualidade inferior de fotos – comparadas às capturadas com um iPhone 17 Pro em seu casamento – comprometeram a experiência. “Estão sacrificando tudo”, disse Purdy ao Wall Street Journal, ao elogiar o visual, mas considerar o Air inadequado como dispositivo principal.
Produção em queda
Fontes da cadeia de suprimentos afirmam que a Apple já reduziu o ritmo de fabricação do modelo. O analista Ming-Chi Kuo, da TF International Securities, prevê corte de até 80% na capacidade produtiva do iPhone Air até o início de 2026.
Imagem: Reprodução
Reação da Apple
A empresa não comentou oficialmente os números de vendas. Em teleconferência recente, o CEO Tim Cook limitou-se a dizer que a Apple está “muito satisfeita” com a recepção geral do iPhone. O Air é visto internamente como o projeto de design mais ousado desde o iPhone X, lançado em 2017, num cenário em que as vendas de smartphones da marca permanecem estáveis desde 2021.
Analistas como Nabila Popal, da IDC, classificam o aparelho como “vitória de marketing”, mas não de mercado. Para ela, o modelo gerou um entusiasmo que não se convertiu em compras e pode servir apenas como etapa rumo a futuros formatos, como um possível iPhone dobrável.
Com informações de Olhar Digital