A Marinha da Itália confirmou que dará início, em 2026, aos estudos para construir o Portaerei di Nuova Generazione, primeiro porta-aviões italiano com propulsão nuclear. O projeto pretende inserir o país no restrito grupo de nações que contam com navios-aeródromos movidos a energia atômica e será conduzido dentro do programa Minerva, lançado em 2023 pela Direção de Armamentos Navais.
Propulsão e capacidade de lançamento
Documentos oficiais indicam a adoção de reatores navais de 30 MW cada, solução que, segundo a Marinha, reduzirá a dependência de combustíveis convencionais, aumentará a autonomia da embarcação e liberará espaço interno para mais munição e combustível de aviação. O navio também deverá receber catapultas eletromagnéticas (EMALS), capazes de lançar aeronaves maiores e mais pesadas do que os sistemas a vapor.
Compatibilidade com caças de 6ª geração
Graças ao novo sistema de lançamento, o porta-aviões poderá operar os futuros caças de sexta geração atualmente em desenvolvimento pelos Estados Unidos. Especialistas avaliam ainda a possibilidade de utilização do F-35C e do F-35B, este último já em serviço na aviação naval italiana.
Drones e tecnologias embarcadas
O projeto prevê o emprego de drones para missões de ataque, reconhecimento e vigilância, além da incorporação de recursos como defesa cibernética avançada, radares de última geração e armas de energia dirigida.
Próximos passos e desafios
Até o momento, não há cronograma para construção. Analistas apontam que, se aprovado, o navio só começará a ser montado depois de 2030, com entrada em serviço prevista para o fim da próxima década ou a partir de 2040. Entre os obstáculos listados estão os altos custos, a necessidade de mão de obra especializada e debates sobre a viabilidade do investimento.
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Antecedente histórico
O interesse italiano por propulsão naval nuclear remonta aos anos 1950, quando o país anunciou o submarino Guglielmo Marconi, alimentado por reator de 30 MW baseado em modelos norte-americanos. O programa foi cancelado na década seguinte após o término da cooperação com os Estados Unidos.
Com a fase de estudos prestes a começar, a Itália dá um passo para modernizar sua frota e reforçar sua presença no Mediterrâneo com tecnologia de ponta.
Com informações de TecMundo