São Paulo – Um relatório do Google Threat Intelligence Group (GTIG), publicado na quarta-feira (05), aponta que cibercriminosos já empregam inteligência artificial generativa para criar malwares capazes de modificar o próprio código durante a invasão.
Malwares autônomos e adaptáveis
Segundo o GTIG, é a primeira vez que softwares maliciosos são flagrados utilizando grandes modelos de linguagem enquanto o ataque ainda está em curso. Esse recurso dá origem a pragas mais autônomas, que deixam de ser estáticas e se adaptam ao ambiente alvo.
Entre os códigos identificados estão:
- PromptFlux, que usa o modelo Gemini para reescrever seu código-fonte dinamicamente;
- PromptSteal, que emprega IA para aumentar a ofuscação e gerar funções maliciosas sob demanda;
- FruitShell, capaz de escapar de sistemas de detecção baseados em IA;
- PromptLock, variante experimental de ransomware que cria e executa scripts maliciosos repetidamente;
- QuietVault, ladrão de credenciais que agora vasculha dispositivos infectados em busca de dados adicionais, mirando contas no GitHub e no NPM.
Esses programas seguem o conceito de just-in-time de automodificação, diferenciando-se das ameaças convencionais com código fixo.
Interesse crescente de grupos estatais
O documento também indica que coletivos ligados a Coreia do Norte, Irã e China vêm recorrendo ao Gemini para otimizar diversas etapas de campanhas, desde a elaboração de e-mails de phishing até o furto de informações.
Para burlar as restrições impostas pela plataforma, os agentes investem em engenharia social, fingindo ser pesquisadores de segurança ou estudantes em competições acadêmicas.
Imagem: Internet
Comércio de ferramentas de IA em fóruns clandestinos
Os pesquisadores registraram ainda a expansão do mercado de soluções baseadas em IA nos fóruns de cibercrime. Entre os produtos anunciados estão sistemas que auxiliam na criação de iscas de phishing, na busca por vulnerabilidades e no desenvolvimento de malwares por criminosos com pouca experiência técnica.
O GTIG prevê que a adoção de inteligência artificial pelo cibercrime deve se intensificar nos próximos anos, elevando o grau de sofisticação dos ataques.
Com informações de TecMundo