São Paulo – O Megaupload, serviço de armazenamento em nuvem que dominou o compartilhamento de arquivos no início da década de 2010, permanece fora do ar desde 19 de janeiro de 2012, quando foi fechado por ordem do Departamento de Justiça dos Estados Unidos após uma operação do FBI. O site, criado pelo empresário alemão Kim Schmitz, conhecido como Kim Dotcom, chegou a responder por quase 4% de todo o tráfego mundial da internet antes do bloqueio.
Origem e ascensão
Dotcom fundou a empresa em 2003, originalmente batizada de Data Protect Limited. Em 2005, o serviço passou a se chamar Megaupload e se tornou popular pela facilidade em gerar links de download sem grandes restrições de velocidade. O modelo atraiu tanto conteúdos legítimos quanto materiais protegidos por direitos autorais, impulsionando o crescimento da plataforma.
Nos melhores tempos, o Megaupload registrava mais de 150 milhões de usuários, alcançava picos de 50 milhões de acessos diários e ocupava a 13ª posição entre os sites mais visitados do planeta. O Brasil era o segundo país que mais utilizava a página, hospedada em Hong Kong. Em 2010, Dotcom teria faturado mais de US$ 42 milhões com a operação.
Operação policial e fechamento
A ação que derrubou o serviço ocorreu em 19 de janeiro de 2012. Kim Dotcom e outros executivos foram presos na região de Auckland, na Nova Zelândia, acusados de causar prejuízo estimado em US$ 500 milhões a detentores de direitos autorais. A polícia apreendeu veículos de luxo do empresário, enquanto o FBI determinou o bloqueio imediato do Megaupload e de sites relacionados. Dois meses depois, uma decisão judicial retirou definitivamente a plataforma do ar.
Processo de extradição
Desde a prisão, Dotcom trava uma disputa judicial para evitar a extradição aos Estados Unidos. Em 2024, ele perdeu o último recurso disponível nos tribunais neozelandeses, mas a transferência ainda não ocorreu. O empresário, que está solto mediante fiança, sofreu um derrame no fim de 2024 e segue em recuperação, o que pode atrasar novos desdobramentos do caso.
Destino dos arquivos
Com o encerramento repentino, usuários perderam acesso a todos os links e aos dados armazenados. Mais de uma década depois, não há previsão de recuperação desse conteúdo, e parte dos servidores pode ter sofrido degradação permanente.
Imagem: Internet
O sucessor: Mega
Em 2013, Dotcom lançou um serviço sucessor, o Mega, também voltado ao armazenamento em nuvem e frequentemente usado para compartilhar filmes, séries e músicas. O fundador se afastou do projeto no mesmo ano; a plataforma continua ativa, mas foi criada do zero, sem integrar o acervo perdido do Megaupload.
Até o momento, não há indicações de que o Megaupload volte a operar ou de que os dados armazenados sejam devolvidos aos antigos usuários.
Com informações de TecMundo