A Lua, já no quarto dia da fase cheia e com 86 % de sua superfície iluminada, passará em frente à estrela Beta Tauri (Elnath) entre a noite desta sexta-feira (7) e a madrugada de sábado (8). A ocultação poderá ser acompanhada em grande parte do território brasileiro das 22h40 às 2h38, no horário de Brasília.
Fenômeno astronômico
Beta Tauri é a segunda estrela mais brilhante da constelação de Touro, com magnitude aparente de 1,65. Durante o alinhamento, o disco lunar esconderá completamente o astro, criando o que os astrônomos chamam de ocultação lunar. Trata-se de um evento semelhante a um eclipse, mas envolvendo uma estrela em vez do Sol.
Por que só algumas regiões enxergam
A visibilidade de ocultações lunares depende da posição do observador na Terra. Por estar muito mais próxima de nós do que as estrelas, a Lua apresenta grande paralaxe: sua posição aparente pode variar até dois graus — quatro diâmetros lunares — entre pontos opostos do globo. Por isso, áreas fora dessa faixa não verão a Lua cruzar a frente de Beta Tauri.
Mapas de projeção indicam que quase todo o Brasil está dentro da zona em que o desaparecimento (contorno vermelho) e o reaparecimento (contorno azul) da estrela ocorrerão a uma altura confortável no céu. Em locais próximos aos limites tracejados, a observação poderá ser prejudicada pelo horizonte ou pelo brilho da Lua.
Quem é Beta Tauri
Situada a aproximadamente 134 anos-luz, Beta Tauri é classificada como uma gigante azul-branca do tipo espectral B. A estrela já consumiu boa parte do hidrogênio em seu núcleo e começa a se expandir e resfriar, etapa que a levará a se tornar uma gigante vermelha.
Imagem: Observatório Palomar
- Temperatura superficial: cerca de 13.600 K (13.327 °C)
- Temperatura do Sol, para comparação: 5.800 K (5.527 °C)
- Exoplanetas: nenhum candidato confirmado até o momento
O nome Elnath vem do árabe e significa “a cabeçada” ou “o que golpeia com os chifres”, uma referência à posição da estrela na ponta de um dos chifres do Touro.
Durante a passagem da Lua, observadores equipados com binóculos ou pequenos telescópios poderão aproveitar para identificar aglomerados estelares e nebulosas próximos, além de estrelas jovens na constelação vizinha de Auriga.
Com informações de Olhar Digital