A Netflix apontou uma despesa tributária de US$ 619 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) relacionada a uma disputa com a Receita Federal como o principal fator para o desempenho financeiro abaixo do esperado no terceiro trimestre de 2025.
No período, a plataforma registrou receita de US$ 11,5 bilhões, aumento de 17% em comparação ao mesmo intervalo de 2024, mas o lucro líquido caiu para US$ 2,5 bilhões, ou US$ 5,87 por ação. Analistas de Wall Street projetavam US$ 6,96 por ação.
Disputa envolve imposto de 10%
Segundo o balanço, a cobrança contestada refere-se a um imposto sobre transações de aproximadamente 10%. A obrigação foi registrada após decisão do Supremo Tribunal Federal, em agosto, em caso envolvendo outra empresa de tecnologia. A companhia informou que 20% do valor diz respeito ao exercício de 2025, enquanto o restante cobre períodos de 2022 a 2024.
Com o ajuste, a margem operacional recuou de 31,5% para 28%. A empresa afirmou que, sem o impacto fiscal, teria superado sua própria previsão para o trimestre.
Reação do mercado
A justificativa não agradou aos investidores e as ações da Netflix caíram cerca de 6% nas negociações pós-mercado.
Audiência e publicidade em alta
Apesar do revés financeiro, a companhia destacou recordes de audiência impulsionados por títulos como K-Pop Demon Hunters, Squid Game e o evento esportivo Canelo vs. Crawford. O trimestre também foi o melhor em vendas publicitárias desde a criação do plano com anúncios, há três anos. Nos Estados Unidos, a plataforma manteve liderança entre serviços pagos, com 8,6% de participação nas smart TVs, segundo a Nielsen.
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Perspectivas
A Netflix declarou que a disputa fiscal não deve afetar resultados futuros e prevê, para o quarto trimestre de 2025, receita de US$ 11,96 bilhões e lucro por ação de US$ 5,45. A empresa também planeja ampliar transmissões ao vivo, esportes e games. Entre os próximos destaques estão a temporada final de Stranger Things, em novembro e dezembro, e dois jogos da NFL no Natal.
Com mais de 300 milhões de assinantes e audiência próxima de 1 bilhão de pessoas considerando contas compartilhadas, a plataforma segue líder global de streaming.
Com informações de Mundo Conectado