Supercomputador britânico treina IA que supera AlphaFold na previsão de interações de proteínas

Pesquisadores da University of Glasgow utilizaram o supercomputador Tursa, instalado no centro britânico DiRAC, para criar um modelo de inteligência artificial capaz de decifrar como as proteínas humanas interagem. O sistema, batizado de PLM-Interact, foi desenvolvido após redirecionar a capacidade de processamento da máquina, tradicionalmente usada em estudos de física de partículas.

Precisão acima dos concorrentes

Nos testes, o PLM-Interact apresentou entre 16% e 28% de precisão superior em relação às soluções mais avançadas do mercado, entre elas o AlphaFold3. O modelo identificou corretamente cinco interações essenciais envolvidas em processos como polimerização de RNA e transporte intracelular de proteínas; os concorrentes apontaram apenas uma.

Análise de mutações genéticas

Além de mapear interações, o novo sistema avalia os efeitos de mutações genéticas sobre as proteínas. Essa capacidade abre caminho para:

  • Medicina personalizada – identificar mutações ligadas a doenças hereditárias ou a determinados tipos de câncer;
  • Combate a vírus – prever com alta precisão como proteínas virais se ligam às células humanas, informação crucial para o desenvolvimento de tratamentos.

O professor David L. Robertson, coautor do estudo, destacou que a pandemia de COVID-19 evidenciou a necessidade de compreender rapidamente as interações vírus-hospedeiro, algo que ferramentas como o PLM-Interact podem acelerar.

Publicação e perspectivas

Os resultados foram divulgados na revista Nature Communications e apontam para um cenário em que novos medicamentos podem ser descobertos em poucos meses, vacinas produzidas a custos menores e diagnósticos médicos tornados mais precisos.

Com informações de Hardware.com.br

Rolar para cima