A SpaceX ultrapassou a marca de 10 000 satélites Starlink em órbita terrestre após realizar dois lançamentos consecutivos no domingo (19). As missões, ambas conduzidas por foguetes Falcon 9, colocaram mais 56 unidades em altitudes baixas da Terra. Um dos voos partiu do Cabo Canaveral, na Flórida; o outro decolou da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.
Com essas operações, a empresa alcançou o 132º lançamento de um Falcon 9 em 2025, igualando o recorde anual de missões do veículo com ainda mais de dois meses restantes no calendário. Segundo a própria companhia, 70 % dos 130 voos já realizados neste ano tiveram como finalidade ampliar a constelação Starlink.
Recuperação do primeiro estágio
Em uma das decolagens mais recentes, o primeiro estágio do Falcon 9 pousou cerca de 8 minutos e 30 segundos após a partida na balsa Just Read The Instructions, posicionada no Oceano Atlântico. O propulsor B1095, responsável por essa manobra, já havia sido usado em outras duas missões da rede de internet via satélite.
Satélites ativos e política de desorbitação
O astrônomo independente Jonathan McDowell calcula que aproximadamente 8 680 satélites Starlink estejam operacionais. Equipamentos que atingem a vida útil estimada em cinco anos são gradualmente direcionados para reentrar na atmosfera e se desintegrar, estratégia adotada pela companhia para mitigar a formação de detritos espaciais.
Serviços e expansão futura
Dados divulgados em agosto apontam que a Starlink atende mais de 7 milhões de assinantes em todo o mundo com conexão de alta velocidade e baixa latência. Além da rede principal, cerca de 650 satélites são dedicados ao serviço Direct-to-Cell, que permite comunicação direta com smartphones sem necessidade de torres terrestres — possibilidade reforçada por recentes mudanças regulatórias da Anatel no Brasil.
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A empresa também lançou uma bateria portátil para o kit Starlink Mini, voltada ao fornecimento de energia em áreas remotas. Em setembro, a SpaceX pediu autorização à Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos para colocar em órbita mais 15 000 satélites destinados ao serviço móvel, utilizando parte do espectro adquirido da EchoStar.
Atualmente, a SpaceX tem licença para lançar até 12 000 satélites, mas planeja expandir a constelação para mais de 30 000 unidades em fases futuras, buscando cobertura global, inclusive em regiões sem infraestrutura de telecomunicações. O ritmo acelerado de lançamentos, no entanto, preocupa astrônomos e agências espaciais devido ao risco de colisões e ao impacto nas observações do céu. Projetos concorrentes, como o Project Kuiper da Amazon e iniciativas europeias e chinesas, devem aumentar ainda mais a quantidade de objetos em órbita baixa.
Com informações de Mundo Conectado