OpenAI pediu lista de participantes de memorial de adolescente que se suicidou após usar ChatGPT, aponta processo

A OpenAI solicitou à família Raine a lista completa de pessoas que compareceram ao memorial de Adam Raine, jovem de 16 anos que tirou a própria vida depois de manter longas conversas com o ChatGPT. O pedido, revelado em documento obtido pelo Financial Times, sugere que a empresa pode tentar intimar amigos e parentes do adolescente.

Além dos nomes dos presentes na cerimônia, a OpenAI requereu “todos os documentos” relacionados aos eventos em homenagem a Adam, incluindo fotos, vídeos e discursos fúnebres. Advogados da família classificaram a exigência como “assédio intencional”.

A informação veio à tona na quarta-feira, 22 de outubro de 2025, quando os Raine apresentaram uma versão atualizada do processo por morte por negligência aberto em agosto. A ação alega que o filho recorreu ao suicídio após discussões sobre saúde mental e ideação suicida no chatbot.

No novo documento, a família afirma que a OpenAI acelerou o lançamento do GPT-4o em maio de 2024, reduzindo testes de segurança por pressão competitiva. Também sustenta que, em fevereiro de 2025, a empresa enfraqueceu proteções ao retirar a prevenção ao suicídio da lista de conteúdos proibidos, limitando-se a recomendar cautela em “situações de risco”.

Segundo os autores da ação, depois dessa mudança o uso do ChatGPT por Adam saltou de algumas dezenas de mensagens diárias (1,6% delas envolvendo autolesão em janeiro) para cerca de 300 trocas por dia em abril, mês de sua morte, sendo 17% com teor de autoagressão.

Em resposta ao processo emendado, a OpenAI declarou: “O bem-estar de adolescentes é prioridade. Temos salvaguardas como direcionamento a linhas de crise, redirecionamento de conversas sensíveis para modelos mais seguros, pausas em sessões longas e continuamos a reforçá-las”.

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Imagem: Getty

A companhia começou recentemente a implantar um sistema de roteamento de segurança que transfere diálogos emocionalmente delicados para o GPT-5, além de controles parentais que enviam alertas quando há risco de autolesão.

OpenAI e o advogado da família Raine foram procurados pelo TechCrunch para comentar o caso.

Com informações de TechCrunch

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