São Francisco (EUA) — A OpenAI apresentou nesta terça-feira (22) o ChatGPT Atlas, navegador que coloca o popular chatbot como ponto de partida para buscas e respostas na web. O anúncio foi feito em uma transmissão ao vivo e mira a base estimada de 800 milhões de usuários semanais do ChatGPT.
Disponível inicialmente apenas para macOS, o Atlas chegará posteriormente a Windows, iOS e Android — os mesmos ambientes onde o ChatGPT já atua. Diferentemente de rivais como Dia (The Browser Company), Neon (Opera), Comet (Perplexity) e Strawberry (apoiado pela General Catalyst), o novo navegador não exige convite: qualquer usuário pode baixá-lo.
ChatGPT primeiro, web depois
A proposta central é inverter a lógica tradicional de pesquisa. Em vez de exibir páginas de links, o Atlas entrega respostas diretas do ChatGPT digitadas na barra de endereços. “Acreditamos que a IA oferece uma oportunidade que surge uma vez por década para repensar o que um navegador pode ser”, declarou o CEO Sam Altman durante o evento.
Segundo a empresa, a ferramenta será um canal estratégico para integrar ainda mais o ChatGPT e demais serviços da OpenAI. Com o Atlas, usuários podem citar vários sites em uma conversa sem colar links, usar um assistente de escrita flutuante em campos de texto e, em breve, chamar aplicativos externos por meio do App SDK.
Histórico e memória integrada
O navegador traz um recurso de “memória” que cruza o histórico de navegação com interações anteriores do ChatGPT. Assim, perguntas como “Qual era o documento de trabalho com meu plano de apresentação?” retornam o link correspondente. Esse mecanismo amplia o contexto coletado pela OpenAI, que pretende estender o login “Sign in with ChatGPT” a outros serviços.
Imagem: Internet
Recursos tradicionais de navegadores — bloqueador de anúncios, VPN, modo de leitura ou tradução — não estão presentes. Para resumir textos ou localizar trechos, o usuário precisa solicitar ao ChatGPT, o que, na prática, gera mais dados comportamentais para a empresa.
Desafio de conquistar espaço
Com Google Chrome, Safari e Microsoft Edge dominando o mercado, a OpenAI aposta na popularidade do ChatGPT para atrair novos adeptos. Para Fidji Simo, diretora de aplicações, o objetivo é transformar o chatbot em “um sistema operacional para a vida” dos usuários. Resta saber se o público aceitará unir navegador e assistente em um único produto.
Com informações de TechCrunch