O canibalismo, consumo de indivíduos da mesma espécie, aparece em diversos grupos do reino animal quando comida ou espaço se tornam escassos. De insetos a mamíferos, a prática serve desde controlar populações até garantir energia para a reprodução. Veja oito exemplos em que esse comportamento foi documentado por pesquisadores.
Vespa-de-papel-asiática (Polistes chinensis)
Em períodos de pouca comida, a fêmea dominante dessa vespa social mata e oferece larvas mais jovens às mais velhas. A atitude reduz o gasto energético da colônia e prioriza o surgimento das primeiras operárias, essenciais para manter o ninho ativo.
Tubarão-mangona (Carcharias taurus)
A espécie realiza canibalismo intrauterino, chamado de adelphofagia. Vários embriões se formam, mas apenas um ou dois nascem: os mais fortes devoram irmãos em desenvolvimento e ovos não fecundados, saindo do útero maiores e mais aptos a enfrentar o oceano.
Sapo de Fletcher (Platyplectrum fletcheri)
Girinos vivem em poças temporárias com pouca matéria vegetal. Para obter nutrientes, consomem ovos de outros girinos da mesma espécie, permanecendo próximos às posturas e alimentando-se delas repetidamente até alcançar o crescimento necessário.
Besouro-da-farinha (Tribolium confusum)
Quando a população cresce demais e os recursos diminuem, adultos e larvas podem comer ovos e pupas. O comportamento reduz a competição por alimento e ajuda a equilibrar o número de indivíduos no local.
Esgana-gato (Gasterosteus aculeatus)
Machos desse pequeno peixe ingerem parte da própria ninhada, sobretudo quando estão debilitados ou suspeitam que alguns ovos não são seus. Ao recuperar energia, aumentam a chance de proteger e cuidar dos ovos restantes.
Leão (Panthera leo)
Infanticídio é frequente quando um novo macho assume um bando: ele mata filhotes do antecessor para que as fêmeas entrem novamente no cio. Em ocasiões raras, os adultos também consomem esses filhotes mortos.
Imagem: Wikimedia domínio público
Chimpanzé (Pan troglodytes)
Casos esporádicos de canibalismo envolvem adultos que atacam e comem filhotes ou indivíduos menores, geralmente durante conflitos territoriais ou brigas entre grupos.
Porco doméstico (Sus domesticus)
Entre suínos, a fêmea pode ingerir próprio leitão, sobretudo quando o filhote nasceu morto ou foi esmagado. A ingestão ajuda a recuperar nutrientes e manter a baia limpa.
Embora não seja regra, o canibalismo surge como recurso de sobrevivência ou reprodução em diferentes ambientes e níveis da cadeia alimentar.
Com informações de Olhar Digital