Durante o WordCamp Canada, realizado recentemente, o cofundador do WordPress, Matt Mullenweg, foi questionado sobre como usuários e agências podem defender os valores da comunidade diante de empresas guiadas apenas pelo lucro. A pergunta também sugeriu a criação de um processo formal de certificação para identificar profissionais e companhias consideradas éticas.
O que foi perguntado
1) Como indivíduos e agências podem proteger a comunidade WordPress de atores que buscam apenas explorar a plataforma?
2) Há espaço para um selo ou certificação que destaque quem segue boas práticas?
Resposta de Mullenweg
O executivo evitou rotular empresas ou pessoas como “más”, preferindo falar em “ações ruins” que podem ser corrigidas. “Todo santo teve um passado e todo pecador tem um futuro”, afirmou.
Sistema de incentivos
Mullenweg listou três frentes para estimular comportamentos considerados corretos:
- Contribuir de volta: apoiar iniciativas como Five for the Future, que incentiva empresas a dedicar 5% dos recursos a projetos de código aberto;
- Aplicar regras legais: enviar notificações a quem violar a licença GPL ou a marca WordPress;
- Destaque positivo: oferecer melhor posicionamento em diretórios e na vitrine oficial a quem colaborar com a comunidade.
“Vote com a carteira”
Ele pediu que usuários direcionem seus gastos a empresas que considerem alinhadas aos princípios do WordPress. “Se elas são movidas comercialmente, vamos motivá-las comercialmente”, disse.
Referência à disputa com a WP Engine
Sem citar nomes, Mullenweg mencionou o site WordPressEngineTracker.com, que acompanha migrações de clientes de uma empresa de hospedagem para outras. Segundo ele, quase 100 mil sites já mudaram de provedor e mais de 74 mil ficaram offline desde setembro do ano passado.
Imagem: Internet
O cofundador relatou ainda que uma ordem judicial o obrigou a remover a lista completa de clientes da página, mas que a contagem geral permanece disponível. Ele classificou a decisão como tentativa de “calar” a transparência.
Contexto anterior
Durante o WordCamp USA de 2023, Mullenweg havia chamado publicamente a WP Engine de “bad actor” e, em postagem no blog, chegou a definir a empresa como “câncer” para o ecossistema WordPress.
O debate em solo canadense reforçou a orientação de Mullenweg para que a própria comunidade use critérios de contribuição, respeito à licença GPL e à marca WordPress como baliza na escolha de fornecedores.
Com informações de Search Engine Journal