O Brasil aparece entre os países mais atingidos pelo Baohuo, novo malware para Android que sequestra contas do Telegram e coleta dados pessoais. Segundo relatório da empresa de cibersegurança Doctor Web, divulgado em 24 de outubro de 2025, o vírus já comprometeu 58 mil dispositivos, dos quais 20,5% (cerca de 11,9 mil) estão em território brasileiro.
Distribuição em versões falsas do Telegram X
O Baohuo é disseminado por meio de um aplicativo falso do Telegram X voltado para namoro online. Anúncios enganosos levam o usuário a um site de download, onde o arquivo APK é disponibilizado. Após a instalação, o mensageiro modificado funciona aparentemente de forma normal, mas opera em segundo plano:
- conecta-se a servidores remotos e assume o controle da conta do usuário;
- acessa mensagens, contatos e sessões ativas, ocultando logins não autorizados e apagando históricos de chats ou canais;
- exibe pop-ups de atualização fraudulentos que redirecionam a páginas maliciosas;
- recebe comandos via banco de dados Redis, recurso inédito entre malwares Android.
Recursos de espionagem
O software também copia dados da área de transferência (senhas, frases de recuperação e endereços de carteiras de criptomoedas), faz upload de SMS e listas de contatos, procura chaves de criptografia e monitora a atividade do usuário em tempo real.
Alcance global
Além do Brasil, a Índia concentra 22,8% dos dispositivos infectados, seguida por Indonésia (9,6%), Egito (5,5%) e Argélia (4,0%). O Baohuo foi detectado não só em smartphones, mas também em tablets, TV boxes e sistemas automotivos baseados em Android.
Lojas de apps de terceiros envolvidas
Plataformas populares como APKPure, AndroidP e ApkSum estão listadas no relatório como fontes adicionais de distribuição, onde o malware é apresentado como se fosse publicado pelo desenvolvedor oficial do Telegram X.
Imagem: Internet
Recomendações de segurança
Para evitar a infecção, especialistas orientam baixar o Telegram exclusivamente na Google Play Store, não clicar em links desconhecidos e manter soluções de segurança atualizadas no dispositivo.
Com informações de TecMundo