Um norte-americano conseguiu diminuir uma dívida médica de US$ 195 mil (aproximadamente R$ 1 milhão) para US$ 33 mil (cerca de R$ 176,8 mil) depois de submeter a cobrança a um chatbot de inteligência artificial. O caso foi relatado por Matt Rosenberg, usuário identificado como “nthmonkey” na plataforma Threads.
Fatura milionária após quatro horas de atendimento
A conta se referia a apenas quatro horas de atendimento intensivo prestado ao cunhado de Rosenberg, que morreu na emergência de um hospital dos Estados Unidos dois meses após perder o plano de saúde. A cobrança inicial não detalhava os valores e chegou a agrupar US$ 70 mil sob a descrição genérica “cardiologia”.
Análise do Claude revela erros graves
Depois de insistir, Rosenberg recebeu uma versão itemizada da fatura com os códigos CPT (Current Procedural Terminology) e decidiu submetê-la ao Claude, chatbot da Anthropic. Segundo o relato, a ferramenta — complementada por uma revisão no ChatGPT — identificou as seguintes irregularidades:
- Duplicidade de cobranças: o hospital cobrava tanto o procedimento completo quanto cada componente isoladamente, inflando o valor em mais de US$ 100 mil.
- Código inadequado: foi utilizado um código destinado a pacientes internados, embora o paciente não tenha sido formalmente admitido e tenha permanecido apenas na emergência.
- Violação de regra do Medicare: houve cobrança pelo uso de ventilador no mesmo dia de uma admissão de emergência crítica, prática que não é permitida pelo sistema público.
- Superfaturamento de suprimentos: itens simples, como aspirina, apareceram com sobrepreço entre 500% e 2.300% em relação ao valor reembolsado pelo Medicare.
Carta jurídica pressiona hospital
Com base nos achados, o Claude ajudou a redigir uma carta em tom jurídico que apontava cada violação, ameaçava ação judicial, divulgação negativa na imprensa e queixas a comitês legislativos. Rosenberg ofereceu pagar apenas o montante que, segundo a IA, o Medicare reembolsaria.
Negociação e acordo final
O hospital respondeu propondo US$ 37 mil. O autor do pedido recusou e, após nova negociação, obteve o acordo final de US$ 33 mil. “Hospitais sabem que estão errados e, se você os confrontar adequadamente, eles recuam”, escreveu Rosenberg.
Imagem: divulgação
O usuário reconheceu que chatbots podem apresentar alucinações, mas afirmou ter verificado manualmente cada informação antes de enviar a carta.
Com informações de Tecnoblog