Gigantes de tecnologia financiam salão de festas de US$ 250 milhões na Casa Branca

Mesmo durante a paralisação do governo dos Estados Unidos, obras avançam no complexo presidencial. Operários iniciaram nesta semana a demolição da ala leste da Casa Branca para erguer um novo salão de festas de 90 mil pés quadrados (aproximadamente 8.360 m²), com capacidade para até 1 000 convidados.

O projeto, orçado em US$ 250 milhões, não sairá do bolso do contribuinte. O presidente Donald Trump recorreu a doações privadas para custear a construção e divulgou, na quinta-feira (23), a lista de financiadores.

Quem paga a conta

Entre os colaboradores estão algumas das companhias de tecnologia mais influentes dos Estados Unidos: Amazon, Apple, Google, Meta e Microsoft. O grupo inclui ainda empresas de defesa como Palantir e Lockheed Martin, operadoras de telecomunicações como Comcast e T-Mobile, além de representantes do setor de criptomoedas, entre eles Coinbase, Ripple, Tether America e os gêmeos Winklevoss.

O montante destinado por cada doador não foi revelado. Sabe-se, contudo, que pelo menos US$ 20 milhões transferidos pelo Google fazem parte do acordo que encerrou o processo sobre a suspensão do canal de Trump no YouTube após os distúrbios de 6 de janeiro de 2021. A empresa não confirmou se essa quantia corresponde à totalidade de sua contribuição.

Relação em transformação

A aproximação do Vale do Silício com Trump contrasta com a postura adotada em 2016, quando grande parte do setor resistiu ao então recém-eleito presidente. Na posse seguinte, o cenário já era diferente: a Meta, ausente na primeira cerimônia, destinou US$ 1 milhão à segunda; a Amazon elevou sua participação de US$ 58 mil para também US$ 1 milhão.

Analistas apontam que o ambiente mais brando da atual administração em relação a ações antitruste — em contraste com a postura da Comissão Federal de Comércio (FTC) na gestão de Joe Biden sob Lina Khan — contribui para essa mudança de atitude.

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Imagem: Getty

IA como prioridade

Outro ponto de convergência é o plano de ação para inteligência artificial apresentado em julho. O documento prevê eliminar entraves regulatórios e liberar recursos federais para a construção de centros de dados, medida considerada vantajosa para empresas que desenvolvem a tecnologia.

Enquanto as obras seguem sem interferência do impasse orçamentário em Washington, o novo salão de festas avança como símbolo da parceria cada vez mais estreita entre a Casa Branca e os principais nomes do setor de tecnologia.

Com informações de TechCrunch

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