Falha global na AWS provoca instabilidade em centenas de serviços e reforça risco de dependência na nuvem

Uma interrupção na Amazon Web Services (AWS) deixou inúmeras plataformas fora do ar nesta segunda-feira (20). O problema, identificado por volta das 4h11 (horário de Brasília), afetou pelo menos mil empresas e gerou mais de 6,5 milhões de relatos de falhas, conforme o site DownDetector.

Entre os serviços impactados estavam Alexa, Zoom, Duolingo, Snapchat, Fortnite, Mercado Livre e Prime Video. A instabilidade concentrou-se na região US-EAST-1, no norte da Virgínia (EUA), onde fica um dos principais data centers da AWS.

Causa e alcance da pane

Em comunicado, a AWS informou que taxas elevadas de erro no DynamoDB, banco de dados voltado a aplicações de alta demanda, desencadearam o incidente. O problema se estendeu a mais de 60 produtos hospedados na mesma região.

Apagões recorrentes

De acordo com especialistas ouvidos pela CNN, falhas desse tipo costumam estar ligadas a atualizações mal-sucedidas, inserção de código incorreto, danos físicos à infraestrutura ou ataques cibernéticos. Eventos recentes reforçam a preocupação:

  • No ano passado, uma falha em software da CrowdStrike paralisou computadores em todo o mundo, afetou hospitais, cancelou voos e gerou prejuízo de US$ 5 bilhões;
  • Também em 2024, um colapso de 11 horas na AT&T cortou a conexão de clientes nos Estados Unidos.

Dependência de poucos provedores

Rob Jardin, diretor digital da NymVPN, lembrou que a internet foi concebida para ser descentralizada, mas hoje grande parte da infraestrutura on-line está concentrada em algumas regiões de nuvem. Para o professor Mike Chapple, da Universidade de Notre Dame, falhas são raras, porém altamente impactantes.

Harry Halpin, diretor-executivo da NymVPN, classificou a concentração em poucos provedores como “extremamente perigosa”. Corinne Cath-Speth, do grupo Article 19, destacou que a infraestrutura que sustenta o discurso democrático não deveria depender de um punhado de empresas. Já a eurodeputada Alexandra Geese defendeu que a base digital da Europa seja hospedada sob legislação local.

Esforços de recuperação

Às 14h03, a AWS informou ter iniciado ações de mitigação para restabelecer a conectividade. Às 14h38, a companhia relatou progresso: “Nossas medidas de mitigação […] já mostram sinais iniciais de recuperação em algumas Zonas de Disponibilidade na região US-EAST-1”.

Até o momento desta publicação, os trabalhos de normalização seguiam em andamento.

Com informações de Olhar Digital

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