Uma falha crítica no motor de renderização Blink, utilizado pelo Google Chrome e por diversos navegadores baseados em Chromium, pode travar completamente o software em até 60 segundos. A vulnerabilidade, chamada de Brash, foi descoberta pelo pesquisador de segurança Jose Pino e ainda não possui correção oficial.
Como o ataque funciona
A brecha explora a ausência de um limitador para atualizações na API document.title. Sem controle, o atacante injeta milhões de alterações no Documento de Objeto de Modelo (DOM) a cada segundo, sobrecarregando a thread principal do navegador.
O processo é executado em três etapas:
1) preparação de 100 cadeias hexadecimais exclusivas, com 512 caracteres cada;
2) disparo de rajadas de três atualizações consecutivas no document.title (cerca de 24 milhões de modificações por segundo);
3) saturação total da interface, levando ao congelamento das abas entre 5 e 10 segundos e ao colapso completo após 10 a 15 segundos. Caso o processo continue, o navegador precisa ser encerrado à força em cerca de 60 segundos.
Navegadores suscetíveis e sistemas avaliados
De onze navegadores testados em Android, macOS, Windows e Linux, nove apresentaram vulnerabilidade. A lista de afetados inclui:
• Google Chrome
• Microsoft Edge
• Brave
• Opera
• Vivaldi
• Arc Browser
• Dia Browser
• OpenAI ChatGPT Atlas
• Perplexity Comet
Mozilla Firefox, Apple Safari e todos os navegadores para iOS permaneceram estáveis, graças ao uso do motor WebKit.
Imagem: Internet
Impacto nos recursos do sistema
Em teste realizado no Microsoft Edge, uma única aba consumiu 18 GB de memória RAM. Após aproximadamente 30 segundos, o navegador travou e foi necessário reiniciar o Windows.
A falha não permite instalação de ransomware nem roubo de dados, mas pode provocar perda de trabalhos não salvos em abas abertas em sites maliciosos.
Reação das empresas
Pino notificou a equipe de segurança do Chromium em 28 de agosto e reenviou o alerta em 30 de agosto, sem retorno até agora. O Google informou que “analisa o problema”, mas não divulgou prazo para uma atualização. A Brave Software declarou que adotará a correção assim que ela for incorporada ao código do Chromium. As demais empresas envolvidas não se manifestaram.
Com informações de Mundo Conectado