Facção planejava adquirir drones com câmera térmica para vigiar ações policiais no Rio

Rio de Janeiro – Documentos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) revelam que o Comando Vermelho discutia a compra de drones equipados com câmera térmica para monitorar movimentações policiais em suas áreas de influência.

Mensagens interceptadas pela investigação mostram traficantes avaliando a necessidade de um modelo capaz de operar à noite. Em uma das conversas, um integrante admite que seu equipamento “não é noturno” e reforça o desejo de adquirir um drone com sensor térmico. Outro participante responde que “a gente tem que adequar à tecnologia”, indicando a intenção de modernizar o sistema de vigilância da facção.

O objetivo principal era acompanhar operações realizadas na madrugada, como a que ocorreu na última terça-feira (28) na Penha. A câmera térmica permitiria identificar a presença de policiais mesmo em ambientes de baixa visibilidade.

Equipamentos de alto custo, mas legalizados

No Brasil, drones com visão térmica podem ser comprados legalmente por pessoas físicas ou jurídicas, desde que tenham homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Dependendo do modelo e do uso, o equipamento também pode ser classificado como Produto Controlado pelo Exército (PCE), exigindo autorização adicional.

Os preços desses aparelhos superam facilmente R$ 50 mil. Entre os modelos disponíveis no país está o DJI Matrice 4T, que combina visão térmica e recursos de inteligência artificial.

Conversas sustentaram megaoperação

As mensagens obtidas pela DRE foram encaminhadas ao Ministério Público e serviram de base para a megaoperação realizada na terça-feira. A ação resultou em mais de 110 prisões relacionadas ao Comando Vermelho e deixou mais de 120 mortos. Durante a ofensiva, a polícia identificou o uso de drones adaptados pelos criminosos para lançar artefatos explosivos contra agentes.

Com informações de TecMundo

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