São Paulo, 06/11/2025, 12h30 – Jensen Huang, diretor-executivo da Nvidia, afirmou que a China possui condições de superar os Estados Unidos no desenvolvimento de inteligência artificial (IA) caso Washington não adote medidas mais ambiciosas para apoiar o setor.
Em entrevista ao Financial Times, o executivo apontou o ceticismo ocidental e a elevada carga regulatória como entraves para empresas norte-americanas e britânicas. Segundo Huang, enquanto autoridades dos EUA discutem limitações, Pequim amplia subsídios para energia elétrica destinada a centros de dados de grandes companhias, como ByteDance, Alibaba e Tencent.
Subsídios e eficiência energética
De acordo com o dirigente, diversas empresas chinesas reclamaram do aumento nas contas de luz provocado pela menor eficiência dos aceleradores de IA produzidos por Huawei e Cambricon, em comparação aos chips da Nvidia. Para contornar o problema, o governo chinês tem ampliado incentivos financeiros destinados às operadoras de data centers.
Tensões comerciais
Huang também citou as restrições impostas pelos Estados Unidos à exportação de GPUs avançadas. Após anunciar a possibilidade de liberar a linha Blackwell para o mercado chinês, o ex-presidente Donald Trump voltou atrás e manteve os modelos de ponta exclusivos para uso doméstico.
A posição norte-americana afetou diretamente a participação da Nvidia na China, que, segundo o executivo, já caiu de 95% para praticamente zero. Além disso, políticas de controle de difusão de IA implementadas ainda na administração Biden reforçaram as barreiras.
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Mercado bilionário em disputa
Mesmo com o valor de mercado da Nvidia ultrapassando US$ 5 trilhões (aproximadamente R$ 16 trilhões), Huang demonstrou preocupação com o futuro das vendas internacionais da companhia. Há poucos meses, Washington autorizou o envio dos chips H20 ao país asiático, mas Pequim orientou suas empresas a interromper as compras dos aceleradores norte-americanos.
Para o CEO, sem um plano de incentivos semelhante ao chinês, os Estados Unidos correm o risco de perder a liderança tecnológica no segmento de inteligência artificial.
Com informações de TecMundo