São Francisco (EUA) – 21/10/2025, 11h00. O presidente-executivo da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que a companhia trabalha com a projeção de “faturamento zero” na China devido às atuais restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos. A declaração foi dada durante um painel na conferência promovida pela Citadel Securities.
Segundo Huang, a participação da fabricante no mercado chinês era de cerca de 95%, mas foi completamente suprimida após sucessivas sanções aplicadas por Washington. “Em todas as nossas previsões consideramos receita zero na China. Se algo acontecer por lá, será um bônus”, disse.
Críticas à política comercial
O executivo classificou como “erro” a estratégia que, segundo ele, afasta empresas norte-americanas do “segundo maior mercado de computação do mundo” e de um “ecossistema vibrante” de pesquisadores. Sem citar nomes, reclamou de políticos que “fecharam as portas” aos cientistas chineses que trabalham com inteligência artificial (IA).
“Não consigo imaginar legislador algum achando boa ideia perder um dos maiores mercados do planeta”, afirmou, referindo-se ao bloqueio de chips avançados. Huang destacou ainda que pesquisadores chineses deixam de usar tecnologia dos EUA em novos projetos de IA.
Escalada de tarifas
Nos últimos anos, a disputa comercial entre Washington e Pequim teve diversos capítulos:
Imagem: Internet
- Durante o governo Joe Biden, restrições a semicondutores de IA foram ampliadas, reduzindo o envio de GPUs da Nvidia para a China;
- No atual mandato de Donald Trump, a tensão subiu após anúncios de tarifas superiores a 100% sobre exportações;
- Para manter algum acesso ao mercado chinês, Nvidia e AMD aceitaram pagar imposto de 15% sobre toda receita proveniente do país;
- Fabricantes chinesas intensificaram o desenvolvimento de semicondutores próprios para diminuir a dependência de fornecedoras norte-americanas.
Apesar das críticas, Huang elogiou publicamente alguns esforços do governo Trump e concordou em arcar com custos de vistos de trabalho para funcionários estrangeiros, atendendo a outra medida protecionista.
Até o momento, a Nvidia continua liderando o segmento de GPUs para servidores de IA, mas reconhece que sua receita poderia ser maior caso ainda tivesse acesso irrestrito ao mercado chinês.
Com informações de TecMundo