Google cria formulário no Maps para empresas denunciarem extorsão por avaliações falsas

A Google anunciou nesta quinta-feira (data não divulgada) o lançamento de um formulário exclusivo para que empresas listadas no Google Maps relatem tentativas de extorsão baseadas em avaliações negativas fraudulentas. O recurso busca conter o chamado “review bombing”, prática em que golpistas publicam notas de uma estrela e exigem pagamento para remover os comentários.

Segundo Laurie Richardson, vice-presidente de Trust & Safety da companhia, “agentes mal-intencionados tentam driblar nossos sistemas de moderação e inundam o perfil de um negócio com avaliações falsas”. Após o ataque inicial, os criminosos contatam o proprietário — geralmente por aplicativos de mensagens de terceiros — exigindo resgate sob ameaça de novos danos à reputação pública.

Outros golpes em destaque

No mesmo comunicado, a Google alertou para fraudes que continuam em alta:

  • Falsas ofertas de emprego on-line: golpistas se passam por plataformas legítimas, usam anúncios fictícios e solicitam dados sensíveis ou instalação de malware, como trojans de acesso remoto e ladrões de informações.
  • Imitação de produtos de IA: criminosos aproveitam a popularidade de ferramentas de inteligência artificial para divulgar links maliciosos em anúncios, perfis sequestrados e repositórios adulterados, prometendo acesso “gratuito” ou “exclusivo”.
  • VPNs maliciosas: apps e extensões disfarçadas de serviços de VPN exploram eventos geopolíticos para atrair vítimas e instalar stealers, RATs e malwares bancários que miram inclusive carteiras de criptomoedas.
  • Golpes de recuperação de fraudes: estelionatários abordam vítimas anteriores fingindo ser escritórios de advocacia ou órgãos governamentais e aplicam um segundo golpe — alerta reforçado pelo FBI em agosto de 2025.
  • Fraudes sazonais de fim de ano: ofertas falsas em redes sociais miram consumidores durante períodos de grande movimentação de compras.

Para reduzir riscos, a empresa recomenda desconfiar de mensagens sobre entregas que cobram taxas, baixar aplicativos apenas de fontes confiáveis, evitar compartilhar dados pessoais sem necessidade e duvidar de promessas de recuperação rápida de dinheiro.

Relatório aponta ganhos com anúncios de golpe no Meta

O lançamento do novo recurso ocorre em meio a reportagem da Reuters indicando que o Meta arrecada bilhões de dólares anuais com anúncios de produtos ilegais e golpes. Documento interno de dezembro de 2024 calcula que até 10,1% da receita da empresa — cerca de US$ 16 bilhões — provenha de propagandas fraudulentas.

De acordo com o material, contas classificadas como “de alto valor” puderam acumular mais de 500 infrações sem serem suspensas, enquanto pequenos anunciantes seriam bloqueados após pelo menos oito sinalizações. O Meta também teria elevado o preço cobrado de golpistas reincidentes e só bane perfis quando seus sistemas indicam 95% de probabilidade de fraude. Estima-se que, em média, 15 bilhões de anúncios “de alto risco” sejam exibidos por dia aos usuários das plataformas.

Em resposta, o Meta afirmou que o índice de 10,1% é “grosseiro e excessivamente abrangente” e declarou ter removido mais de 134 milhões de peças publicitárias fraudulentas desde o início de 2025.

Com informações de The Hacker News

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