A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu, nesta sexta-feira (07), um alerta para tempestades severas previstas até sábado (08) em decorrência de um ciclone extratropical que avança pela costa da Região Sudeste. O órgão projeta rajadas de vento que podem atingir 115 km/h em diferentes pontos do estado, especialmente no litoral e em áreas do interior.
O fenômeno deve provocar chuvas fortes e rápidas, queda de granizo, descargas elétricas frequentes e risco de destelhamentos, quedas de árvores e alagamentos. A recomendação é evitar locais abertos, recolher objetos soltos e não estacionar veículos sob árvores durante os temporais.
Monitoramento conjunto
Para acompanhar a trajetória do sistema e reduzir danos, as Defesas Civis de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro vão compartilhar dados em tempo real. O gabinete de crise paulista será ativado no sábado (08) no Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) com participação do Corpo de Bombeiros, Sabesp, Artesp, concessionárias de energia e gás e do Fundo Social de São Paulo.
Previsão de ventos por região
De acordo com meteorologistas, as rajadas podem chegar a 115 km/h no Litoral Norte, 110 km/h na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, e em torno de 100 km/h na Grande São Paulo e em parte do interior. As chuvas mais volumosas devem atingir Presidente Prudente, Marília, Ribeirão Preto e Araraquara; capital e litoral tendem a registrar acumulados médios.
Como se formou o sistema
Segundo a Defesa Civil, a formação do ciclone foi impulsionada pela combinação de calor pré-frontal, avanço de uma frente fria e a circulação do próprio sistema. Esse tipo de ciclone surge do encontro entre massas de ar quente e frio, gerando áreas de baixa pressão, forte nebulosidade e ventos intensos. No Atlântico Sul, esses sistemas costumam se desenvolver em 12 a 24 horas e, após a passagem, o ar frio provoca queda de temperatura.
Contexto climático global
O alerta ocorre em um cenário de aquecimento global recorde. Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado na COP30, em Belém (PA), indica que 2025 deve encerrar como o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado, com temperatura média global 1,42 °C acima dos níveis pré-industriais. Especialistas da ONU apontam que o aquecimento dos oceanos intensifica fenômenos como ciclones e tempestades ao aumentar a energia disponível na atmosfera.
Imagem: Paulo Pinto
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, declarou que será “praticamente impossível” limitar o aquecimento a 1,5 °C sem ultrapassar temporariamente essa meta, embora considere essencial reduzir as temperaturas até o fim do século. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ações imediatas e em larga escala para conter a crise climática.
As autoridades paulistas reforçam que a população deve redobrar a atenção durante deslocamentos em áreas alagadas ou sob forte ventania, seguindo as orientações preventivas até a passagem do sistema.
Com informações de Olhar Digital