Em 2025, o TypeScript superou JavaScript e Python e tornou-se a linguagem mais utilizada no GitHub, segundo o relatório Octoverse. Mais de 1 milhão de desenvolvedores contribuíram com projetos na linguagem neste ano, um salto de 66% em relação a 2024.
O resultado impressionou até o próprio criador da tecnologia. “Se conquistássemos 25% da comunidade JavaScript, já seria vitória. Agora, ver tanta gente depender dela todos os dias é inacreditável”, afirmou o arquiteto-chefe Anders Hejlsberg, em entrevista.
Origem focada em escala
Lançado em 2012, o TypeScript surgiu para resolver a dificuldade de escalar grandes bases de código em JavaScript. Ao adicionar tipagem estática, ferramentas de refatoração e melhor suporte a IDEs, a linguagem prometia tornar projetos extensos mais seguros e legíveis sem substituir o JavaScript.
Dez anos depois, a aposta virou padrão. Frameworks modernos como React, Next.js, Angular e SvelteKit já oferecem templates pré-configurados em TypeScript, reduzindo erros em produção e agilizando autocompletes.
Compilador reescrito para ganhar desempenho
Inicialmente, o compilador era autohospedado — escrito na própria linguagem —, mas limitações de velocidade forçaram uma mudança. Após testes com C# e outras opções, a equipe migrou o núcleo para Go, alcançando desempenho dez vezes maior graças ao código nativo e à concorrência em memória compartilhada. A arquitetura manteve o comportamento idêntico ao original, evitando que a comunidade precisasse adaptar projetos.
Evolução aberta e registrada
Para Hejlsberg, o repositório aberto ilustra a “seleção natural” do software: são 12 anos de issues, pull requests e anotações públicas que documentam a evolução da linguagem. Dados do Octoverse mostram quase 1 bilhão de commits enviados em 2025, 25% a mais que no ano anterior, com 1,12 bilhão desses em repositórios públicos ou de código aberto.
Imagem: Internet
Tipagem favorece uso por inteligência artificial
A preferência por linguagens tipadas também acompanha o avanço de modelos de IA generativa. Segundo Hejlsberg, a capacidade da IA de produzir código depende do volume de exemplos disponíveis. Como JavaScript, Python e TypeScript dominam repositórios públicos, os modelos “aprendem” melhor esses idiomas. A tipagem estática ajuda a conter alucinações e dá estrutura para que agentes automatizados refaçam trechos extensos com mais confiabilidade.
Com a IA assumindo parte do trabalho de programação e os humanos passando a supervisionar, a necessidade de ambientes tradicionalmente focados em editores diminui. “O agente não precisa do IDE como nós; ele precisa dos serviços”, comenta o engenheiro, citando iniciativas como o Model Context Protocol para oferecer contexto determinístico às ferramentas de IA.
O crescimento acelerado da comunidade reforça a tendência: em 2025, mais de um novo desenvolvedor ingressou no GitHub a cada segundo, e muitos já escolheram iniciar sua trajetória diretamente em TypeScript.
Com informações de GitHub Blog