Série “Tremembé” não paga direitos a criminosos retratados, dizem advogados

Nenhum dos criminosos retratados em Tremembé, produção lançada em 6 de novembro de 2025 no Amazon Prime Video, recebe qualquer pagamento ou participação nos lucros da série. A informação foi confirmada por integrantes do elenco e por especialistas ouvidos pelo portal UOL Splash.

Lei não exige autorização nem repasse de valores

O advogado e professor Rodrigo Moraes, da Universidade Federal da Bahia, explicou que a legislação brasileira dispensa autorização dos condenados ou pagamento de direitos quando a obra se baseia em processos penais públicos. Por se tratar de informações já disponíveis nos autos e amplamente divulgadas pela imprensa, a série pode utilizar nomes reais e detalhes dos casos sem necessidade de indenização.

A advogada Nathalia Rocha reforçou que, quanto maior a publicidade do processo, menores são as exigências legais para adaptações em livros, filmes ou séries.

Livro original gera royalties apenas ao autor

Ulisses Campbell, autor do livro que inspirou a produção, é o único a receber royalties. Segundo ele, nem para a publicação da obra foi preciso consultar ou remunerar os detentos, já que todas as informações constam em documentos públicos.

Revisão jurídica antes da estreia

Antes de ir ao ar, a Amazon realizou uma análise jurídica detalhada para assegurar que não teria de arcar com eventuais questionamentos judiciais ou pagamentos aos detentos. A revisão também avaliou a necessidade de alterar nomes de personagens secundários, que aparecem com pseudônimos apesar de se basearem em pessoas reais.

Prisioneiros não foram consultados

Em entrevista ao podcast Odeio Cinema, os atores Kelner Macêdo (que interpreta Christian Cravinhos) e Letícia Rodrigues (Sandrão) confirmaram que nenhum preso foi contatado ou remunerado pelo estúdio. A diretora Vera Egito reiterou ao UOL Splash que nunca conversou com as figuras retratadas. Ela classificou a produção como “ficção baseada em fatos reais”, construída a partir do livro de Campbell, de depoimentos, pesquisas, arquivos públicos e autos processuais.

Com esse entendimento jurídico, Tremembé mantém sua proposta de dramatizar crimes de grande repercussão nacional sem qualquer repasse financeiro aos condenados envolvidos.

Com informações de TecMundo

Rolar para cima