A Ventures Platform, uma das firmas de capital de risco mais atuantes na fase inicial na África, alcançou US$ 64 milhões na primeira captação de seu segundo fundo e mira fechar o veículo em US$ 75 milhões, informou o sócio-fundador Kola Aina em entrevista concedida em 6 de novembro de 2025.
Com sede em Lagos, a gestora recebeu, pela primeira vez, recursos do governo da Nigéria, que aplicou no fundo por meio do programa Investment in Digital and Creative Enterprises (iDICE). É a estreia do governo nigeriano como cotista de um fundo de venture capital, movimento que reforça o interesse em um ecossistema que concentra o maior número de unicórnios do continente.
Também participam como investidores o International Finance Corporation (IFC), o British International Investment (BII), a agência francesa Proparco, o Standard Bank, o MSMEDA, o fundo AfricaGrow, escritórios familiares europeus como o Alder Tree Investment e apoiadores globais de peso, entre eles o ex-CEO da Y Combinator, Michael Seibel. Segundo Aina, 70% dos cotistas do primeiro fundo voltaram a investir.
Estratégia expandida
Lançado em 2016, o primeiro fundo institucional da Ventures Platform levantou US$ 46 milhões em 2022, com foco principal em rodadas pré-seed e seed. O novo veículo incluirá também aportes em Série A, com cheques maiores e busca por participações de maior relevância nas startups.
Além de ampliar a atuação na Nigéria, a gestora fortalece presença na África Ocidental francófona e no Norte da África, mercados onde já realizou alguns investimentos para acessar oportunidades mais cedo.
Portfólio e resultados
Até o momento, mais de 90 startups receberam capital da Ventures Platform em todo o continente, principalmente em setores como fintech, healthtech, agritech, edtech e inteligência artificial. Entre os casos de destaque estão a fintech Moniepoint (apoiada pela Visa), a Paystack (adquirida pela Stripe), o aplicativo de remessas LemFi (investimento da Left Lane), a plataforma de RH SeamlessHR (fundação Gates), a varejista digital OmniRetail (Norfund), a fintech Raenest (QED) e a healthtech Remedial Health.
Imagem: Internet
Aina afirmou que quatro dos seis veículos anteriores, incluindo cinco syndicates de investidores-anjo formados entre 2016 e 2022, já devolveram capital aos cotistas. O primeiro fundo, segundo ele, figura entre os de melhor desempenho global para seu ano de criação, medido por TVPI e IRR.
Mesmo com a retração dos aportes em tecnologia na África — de US$ 5 bilhões em 2021 para cerca de US$ 2 bilhões em 2024 —, a Ventures Platform conseguiu atrair investidores locais e internacionais. “Para quem busca diversificação real, a África é a maior oportunidade: em 2050, um em cada quatro habitantes do planeta será africano”, declarou Aina.
Com informações de TechCrunch