A Match Group informou, em teleconferência de resultados realizada nesta terça-feira (5/11), que o Tinder está experimentando o recurso Chemistry, baseado em inteligência artificial, para conhecer melhor os usuários por meio de perguntas interativas e, com autorização, analisar fotos armazenadas no rolo da câmera do celular.
A ferramenta, já em fase piloto na Nova Zelândia e na Austrália, deverá ser um dos pilares da experiência do aplicativo em 2026, segundo o CEO da empresa, Spencer Rascoff. A proposta é identificar interesses e traços de personalidade — por exemplo, hobbies ao ar livre — e usar essas informações para recomendar perfis mais compatíveis.
O uso de IA para acessar imagens pessoais não é exclusivo do Tinder. No mês passado, a Meta lançou função semelhante que analisa fotos ainda não publicadas para sugerir edições automáticas.
Impacto financeiro
A Match calcula um efeito negativo de US$ 14 milhões na receita direta do Tinder no quarto trimestre em razão dos testes com o Chemistry. A projeção de faturamento consolidado para o período foi reduzida para um intervalo entre US$ 865 milhões e US$ 875 milhões, abaixo dos US$ 884,2 milhões estimados por analistas.
No terceiro trimestre, a receita do Tinder caiu 3% na comparação anual, acompanhada de redução de 7% no número de assinantes pagantes. No consolidado da Match, o faturamento subiu 2%, para US$ 914,2 milhões (consenso de US$ 915 milhões), e o lucro por ação ficou em US$ 0,62, ligeiramente abaixo dos US$ 0,63 esperados.
Outros usos de inteligência artificial
Além do Chemistry, o Tinder emprega IA em um sistema que adverte usuários antes do envio de mensagens potencialmente ofensivas, pergunta “Tem certeza?”, e em uma ferramenta que ajuda a escolher as melhores fotos de perfil.
Imagem: Internet
Novos recursos para atrair assinantes
Para estimular engajamento, o aplicativo também lançou modos de paquera, opção de encontro duplo, verificação facial e perfis reformulados, nos quais a biografia aparece logo no primeiro cartão de foto e prompts são integrados ao carrossel.
Mesmo com as mudanças, o Tinder enfrenta um cenário desafiador: parte do público jovem dá preferência a interações presenciais e, nos Estados Unidos, candidatos a dates on-line tendem a gastar menos à medida que a renda disponível diminui em meio à possibilidade de recessão.
Com informações de TechCrunch