NOVA DÉLHI, 4 de novembro de 2025 – A NVIDIA e a Qualcomm Ventures passaram a integrar a India Deep Tech Alliance (IDTA), grupo criado em setembro para impulsionar startups indianas de tecnologia profunda. A coalizão, que já contava com compromissos superiores a US$ 1 bilhão, recebeu agora mais US$ 850 milhões em promessas de investimento, além de apoio técnico da fabricante de chips norte-americana.
A NVIDIA entra como consultora estratégica, sem aporte financeiro, oferecendo orientação sobre o uso de suas plataformas de IA e computação acelerada, treinamentos pelo NVIDIA Deep Learning Institute e participação em debates de formulação de políticas públicas. “Compartilharemos insights técnicos e recursos de computação escaláveis com as startups indianas”, afirmou Vishal Dhupar, diretor-geral da companhia para o Sul da Ásia.
Já a Qualcomm Ventures adiciona capital ao grupo e pretende conectar empreendedores a seu portfólio, parceiros e equipes internas. A gestora investe no país desde 2008, com apostas como o serviço de mapas MapmyIndia e a fabricante de drones IdeaForge. “Estar alinhado com outros investidores e com o governo em áreas como semicondutores, IA e quântica é fundamental”, disse Rama Bethmangalkar, diretor-gerente da Qualcomm Ventures na Índia.
Expansão da aliança
Liderada pela Celesta Capital, a IDTA reúne também Accel, Blume Ventures, Premji Invest, Gaja Capital, Ideaspring Capital, Tenacity Ventures e Venture Catalysts. Na rodada atual, somaram-se Activate AI, Chiratae Ventures, InfoEdge Ventures, Kalaari Capital, Singularity Holdings e YourNest Venture Capital.
O objetivo é investir e orientar startups de deep tech pelos próximos cinco a dez anos, além de colaborar com o governo nos programas recém-lançados. Entre eles está o esquema de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (RDI), de 1 trilhão de rúpias (cerca de US$ 12 bilhões), aprovado pelo gabinete indiano no início do ano e apresentado nesta semana pelo primeiro-ministro Narendra Modi. Os recursos contemplam energia, computação quântica, robótica, espaço, biotecnologia e inteligência artificial.
“É um ponto de inflexão para o ecossistema empreendedor indiano”, avaliou Sriram Viswanathan, sócio-fundador da Celesta Capital e membro do conselho executivo da IDTA. Segundo ele, a aliança funciona como uma “coalizão dos dispostos”, sem fundo único ou obrigações formais: cada investidor continua a operar de forma independente, compartilhando conhecimento e fluxo de oportunidades.
Imagem: Internet
Mercado em crescimento
Dados da Nasscom e da consultoria Zinnov indicam que o financiamento a deep tech na Índia alcançou US$ 1,6 bilhão em 2024, alta de 78% ante o ano anterior, mas ainda distante dos volumes dos mercados desenvolvidos. O grupo de investidores espera atrair mais capital internacional e criar referências locais que estimulem novos empreendedores.
O país abriga hoje mais de 180 mil startups, entre elas 120 unicórnios. Depois de replicar modelos de negócios ocidentais e, em seguida, crescer no segmento de SaaS, o foco atual recai sobre desafios de infraestrutura, como satélites, eletrificação do transporte e desenho de semicondutores – setores que exigem ciclos de investimento mais longos e, portanto, encontram menos capital de risco tradicional.
Para Viswanathan, a entrada da NVIDIA “valida” o potencial do ecossistema. “Há uma oportunidade de crescimento acelerado”, afirmou.
Com informações de TechCrunch