A Apex, empresa fundada em 2022 em Los Angeles, anunciou que lançará em junho de 2026 o Project Shadow, protótipo que pretende demonstrar interceptores de mísseis baseados no espaço — peça central do programa de defesa antimísseis norte-americano conhecido como “Domo de Ouro”.
Como funcionará o Project Shadow
O conceito da Apex, batizado de Orbital Magazine, prevê um veículo em órbita que transporta diversos interceptores. Uma vez no espaço, o sistema deverá:
- liberar dois interceptores de teste;
 - acionar motores-foguete sólidos de alto impulso fornecidos por um parceiro não identificado;
 - manter controle ambiental dos interceptores;
 - emitir comandos de tiro e trocar dados em tempo real por enlace cruzado.
 
Segundo a empresa, versões futuras do Orbital Magazine poderão carregar mais de cinco toneladas de interceptores, quantidade suficiente para colocar “milhares” de unidades em órbita.
Investimento e parceiros
A Apex afirma estar aplicando cerca de US$ 15 milhões (R$ 80,7 milhões) de recursos próprios no projeto e coopera com diferentes fornecedores para propulsão e análise de missão. A Anduril Industries, criada pelo empreendedor Palmer Luckey, é citada como possível fornecedora de motores.
Concorrência acirrada
Grandes contratistas de defesa também avançam na área. A Lockheed Martin planeja demonstrar um interceptador orbital até 2028, enquanto a Northrop Grumman realiza testes terrestres de tecnologias relacionadas e continua a fornecer motores de foguetes sólidos.
Custos e incertezas do “Domo de Ouro”
Implementado por ordem executiva do presidente Donald Trump no início de seu segundo mandato, o Domo de Ouro visa proteger os Estados Unidos contra mísseis balísticos, veículos planadores hipersônicos e drones. A administração falou em US$ 175 bilhões (R$ 942,1 bilhões) para os primeiros três anos, mas projeções independentes variam de US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões) a mais de US$ 3 trilhões (R$ 16,1 trilhões) no longo prazo. O Pentágono ainda não divulgou a arquitetura detalhada do sistema, aumentando dúvidas sobre alcance e custos.
Imagem: Divulgação
Novo modelo de contratação
Em paralelo ao anúncio, o Departamento de Defesa publicou pedido de propostas para protótipos de interceptores espaciais (SBIs). A Força Espacial pretende assinar acordos com várias empresas, exigindo que cada uma invista recursos próprios antes de disputar contratos maiores de produção.
Papel da Apex no mercado
A startup já captou mais de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) desde 2022, lançou seu primeiro satélite em 2024 e fechou, em fevereiro, contrato de US$ 46 milhões (R$ 247,6 milhões) com a Força Espacial para fornecer satélites até 2032. Suas plataformas, de até 500 quilos, suportam missões de sensoriamento remoto, comunicações, processamento em borda com inteligência artificial e vigilância governamental.
A Apex promete divulgar novas informações do Project Shadow à medida que o lançamento de 2026 se aproxima, enquanto outras empresas, de startups a gigantes do setor, disputam espaço em um mercado que pode movimentar trilhões de dólares.
Com informações de Olhar Digital