Tesla bate recorde de entregas, mas lucro encolhe; Musk mira robôs e direção autônoma

A Tesla entregou 497.099 veículos no terceiro trimestre de 2025, seu melhor resultado histórico, porém registrou lucro de US$ 1,4 bilhão, 37% inferior ao obtido no mesmo período de 2024. Os números constam da carta aos acionistas divulgada nesta quarta-feira (22).

Receita sobe, despesa dispara

O volume recorde de vendas impulsionou a receita automotiva para US$ 21,2 bilhões, a maior em mais de um ano. Apesar disso, o ganho líquido avançou apenas US$ 200 milhões em relação ao segundo trimestre. A Tesla atribuiu o desempenho às despesas operacionais, que cresceram 50% em um ano devido a investimentos em inteligência artificial, outros projetos de pesquisa e desenvolvimento e encargos de reestruturação de cerca de US$ 240 milhões – possivelmente ligados ao encerramento do supercomputador Dojo.

Outro fator citado foi o impacto de tarifas sobre componentes e veículos. O diretor financeiro, Vaibhav Taneja, estimou um efeito negativo de aproximadamente US$ 400 milhões.

Mudança de foco para IA e robótica

Em teleconferência com analistas, o diretor-presidente Elon Musk classificou o momento como “ponto de inflexão” e reafirmou a prioridade em expandir o software Full Self-Driving (FSD) e o serviço de robotáxis. O executivo também voltou a promover o robô humanoide Optimus, considerado por ele potencialmente “o produto mais vendido da história”.

Musk revelou que a Tesla pode iniciar a produção da terceira versão do Optimus no primeiro trimestre de 2026. Ele havia prometido fabricar milhares de unidades até o fim de 2025, mas reconheceu dificuldades na linha piloto. “Trazer o Optimus ao mercado é incrivelmente difícil”, afirmou, acrescentando que o robô poderia eliminar a pobreza e atuar como “cirurgião incrível”.

Mais gastos à vista

Taneja informou que os investimentos em capital (capex) subirão “substancialmente” em 2026 para financiar projetos de IA, robótica e o lançamento do veículo autônomo de dois lugares chamado Cybercab. A empresa também elevou despesas com pessoal para competir na disputa global por especialistas em IA.

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Imagem: Getty

Meta de entregas e pacote bilionário

Mesmo com o trimestre recorde, a Tesla precisa repetir o feito nos três últimos meses do ano para igualar o volume de 2023 e 2024. Versões mais baratas dos Model 3 e Model Y podem ajudar, mas a companhia segue distante da meta de crescimento anual de 50% prometida anteriormente ao mercado.

O desempenho financeiro é divulgado às vésperas da assembleia de acionistas que votará a concessão de um pacote de ações avaliado em US$ 1 trilhão a Musk. As consultorias ISS e Glass Lewis recomendaram reprovar a proposta, porém a administração acredita na aprovação. O executivo voltou a ameaçar deixar a empresa caso perca o controle acionário associado ao plano. “Não me sinto confortável em construir um exército de robôs e depois ser afastado por recomendações absurdas”, declarou, chamando as entidades de “terroristas corporativos”.

Com informações de TechCrunch

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