Um estudo publicado na revista JAMA concluiu que o uso intenso de redes sociais por crianças e adolescentes entre 9 e 13 anos está associado a resultados mais baixos em testes de cognição. A investigação avaliou 6.554 participantes e identificou prejuízos principalmente em leitura oral, memória e vocabulário.
Como o levantamento foi feito
Para medir o desempenho cognitivo, os cientistas aplicaram a Bateria de Cognição da Caixa de Ferramentas do NIH, conjunto padronizado que abrange provas de leitura, memória sequencial, velocidade de comparação de padrões e vocabulário por imagens. Os jovens que declararam passar mais tempo nas plataformas alcançaram as menores pontuações, enquanto aqueles que usavam menos as redes tiveram melhor rendimento.
Mecanismo de sobrecarga
Os autores explicam que, diferentemente da televisão, as redes sociais demandam participação ativa — rolar a tela, conferir notificações e interagir com conteúdo. Essas ações acionam áreas cerebrais ligadas ao processamento de informações e à tomada de decisões, o que pode levar a sobrecarga quando o uso é excessivo.
Próximos passos
A equipe ressalta a necessidade de estudos adicionais para detalhar os processos que levam ao declínio cognitivo e compreender o papel de cada tipo de mídia nesse efeito.
Contexto de saúde mental
Discussões sobre o tempo de tela ganham força diante de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Levantamento da entidade com a Universidade Johns Hopkins, publicado no Journal of Adolescent Health, aponta que um em cada sete adolescentes de 10 a 19 anos enfrenta problemas de saúde mental. Um terço manifesta os primeiros sintomas antes dos 14 anos, e as condições psicológicas respondem por 16% da carga global de doenças e lesões nessa faixa etária.
Imagem: audiznam
Especialistas alertam ainda que longos períodos no celular podem reduzir a interação social, afetar o sono e prejudicar o desenvolvimento emocional.
Com informações de Olhar Digital